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a árvore ao jardim

"Para que é que serve a EDUCAÇÃO ARTÍSTICA" - comunicação



“Para que é que serve a EDUCAÇÃO ARTÍSTICA” - ALICE VALENTE ALVES

na I CONFERÊNCIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ARTÍSTICA


Comunicação programada para:

2ª Sessão: Educação Artística: Conceitos e Terminologias
Painel 3:
Educação Artística, Educação Estética
Dia 29/10/2007 - Segunda-feira - 17h30


Casa da Música - PORTO
29 - 30 - 31 Outubro 2007

Para que é que serve a EDUCAÇÃO ARTÍSTICA


RESUMO

A Educação Artística não serve absolutamente para nada se não for orientada e ensinada por artistas, precisamente porque para além de criadores, igualmente são os detentores e responsáveis com única e exclusiva autoridade das áreas que digam respeito às Artes e ao que é Artístico. E perante esta evidência, o Ensino de uma Educação pelas Artes, só fará sentido se conjuntamente e em perfeita sintonia, o Ministério da Educação e o da Cultura, trabalharem seriamente com os artistas, com todo o rigor e competência e sem improvisos ou ideias extemporâneas, para que essa Educação do Artístico e em seu Ensino, se presenteie com toda a eficácia, tanto ética como esteticamente, em presenças e valores verdadeiros, a Ser-se Humano. Mas toda esta acção, só será exequível num inevitável e incontestável respeito, enaltecimento e valorização para com todos os artistas, que fizeram, que fazem e que têm contribuído de um forma exemplar e inegável para a sua Cultura. Artistas esses, que em sua grande maioria, realizaram seus trabalhos e Obra de um forma demasiadamente dolorosa e até desumana, para que possa existir afinal, uma Cultura!


Assim a Educação Artística, só servirá ao Ensino, se encontrar-se a ensinar nesse mesmo ensino e em suas escolas e universidades, os que com todo o talento realizaram ou realizam obras nas áreas da criatividade ou da manifestação do que é artístico e que são eles, os escultores, os músicos, os coreógrafos, os bailarinos, os artistas plásticos, os artesãos, os poetas ... os artistas.


Em suma, uma verdadeira Educação Artística, só se conseguirá efectivar e repito, se ambos os Ministérios, o da Educação e o da Cultura, favorecerem a realçar os artistas em suas práticas, obras e vivências e a relacioná-las vivamente com o Ensino enquanto Professores, não só pelas suas experiências e provas já dadas, mas depois e também, tanto profissional como artisticamente, dentro dessas mesmas áreas e que digam pois, respeito a um Saber relativo às Artes. Ou ainda que os seus projectos e sempre supervisionados pelos seus autores, sejam direccionados ou directamente incluídos e postos em prática no ensino dessas mesmas escolas, a ensinar-se com os artistas e a aprender-se com eles no entendimento de um esforço realizável pela força do que é genuíno e na «alma» do que é a vida, a obra, o acto criativo e em seu autores e artistas.


Todos até sabemos, e porque é onde a Cultura se assenta e afirma, que a verdadeira riqueza é originada pelos valores do Ser a Ser-se Humano e, isso é assim, exactamente pelo que esse ser humano nos pode oferecer ao que é feito com Arte e em suas Artes, a ressalvar pois, todo o espírito e força do que é a criatividade humana. E que são elas, a Dança, a Música instrumental, Música Vocal, a Pintura, a Fotografia, a Poesia, as Artes Performativas, as Artes Cénicas, a Escultura e entre muitas outras áreas ou em todas aquelas áreas que se têm revelado como cruciais para que a sensibilidade e a afectividade se harmonizem com a criação, com a criatividade, com o acto de criar ou com todas as manifestas vias do artístico. E precisamente por se traduzirem em pólos vitais, para que uma sociedade se torne sustentável, enquanto relação primeira, na procura de valores e soluções novas, dentro dessa mesma comunicação, no que é respeitante ao enaltecer, a dignificar o que é humano e em toda a extensão, na sua Natureza de Ser, por Sentir e Pensar.


Uma Educação Artística terá pois, de se firmar muito para além de todos os jogos de discursos e palavreados sem sentido, no se usarem as artes leviana e grosseiramente, a se reproduzirem modelos em modelozinhos interesseiros e tão repetitivos em que modas, por curiosos ou estudiosos em seus cursos construídos e tirados à pressa, para inglês ver. Lições a serem dadas, por quem nada sabe, nem nada tem a ver com as artes, em cursozinhos no artisticamente correcto, sem «alma» e sem «coração» a envergonhar as artes e o que é artístico. Procedimentos que têm sido perversamente autorizados e em que incúria por responsáveis tão inaptos, numa aliança para com o vazio, para com o nada, dos mal intencionados ou vendilhões, que facilmente se associam aos conflitos e guerras, em quantos competitivos ideais e, em que comerciais e formatados estados. Estados esses, em estares que nos viabilizam para a insensatez de seres humanos tornados coisas, intencional e maquinalmente, isentos de pensar ou tornados abjectos objectos industrializáveis, fabricáveis e empacotáveis, por vendáveis ou compráveis, num monstruoso afastamento e em total separação para com o Pensamento, a Criatividade e a Criação de Ser-se Humano.


PALAVRAS-CHAVE: Ensino da Educação Artística; Pensamento; Ética e Estética; Arte

Para que é que serve a EDUCAÇÃO ARTÍSTICA - comunicação”


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PENSAMENTOS em ali_se relativos a este post:

ELOS


_Dedos em palma da mão _ Que não escreve_ ELOS do anel só_
 
_Dobram teus dias escritos _ Lados de um outro lado_
 
_Anula compósita união _ Das arranhas vontades que não pinto_
 
_A pintar desejos com vida _ Abrem-se todos os sorrisos_
 
_Reaviva a sombra da orla _ Chegados em movidos gestos_
 
_Dedos da mão que palma _ Agarra-se anel_



A ARTE no tradicional do FOLCLORE e do ARTESANATO

A OBRA DO COLECTIVO SEM AUTORES no que o POVO sempre fez pelo SER.
Folclore e Artesanato - Obras sem autores, sem nomes, sem titulares, unicamente vividas e postas em prática de pais para filhos, de geração em geração, pela palavra não-escrita, com toda a beleza em suas manifestas formas e forças do que é a criatividade humana.
O Homem tanto na tradição do movimento da acção de um corpo que comunica melodiosamente como na tradição da construção de peças para o seu uso utilitário, precisa de se FAZER nesta estruturante forma de se completar pelo artístico. O Folclore e o Artesanato foram indispensáveis enquanto ARTES do movimento e da Acção de se FAZER sem autores e em anonimato, longe das elites, num colectivo por autorizado e adoptado conjuntamente para os singulares que se reafirmam fazendo-se pelo movimento sábio do nascer até morrer. E é nessa espontaneidade da necessária comunicação do que é conhecido de uma forma igual com seus próprios valores éticos e estéticos que se vai recriando de pais para filhos a se firmar no que é a Arte na tradição de um Povo, numa precisa aprendizagem que se vai ensinando a ocupar-se do que é cuidar e preservar e a ser transmitida de geração em geração no que lhes concerne em espaço, de se estar por se pensar, numa poética da vida posta em prática através de movimentos dançados, sem registos escritos e unicamente com a palavra dita, falada e cantada e depois pela prática de se Fazer objectos zelosamente utilitários para a harmonia desse mesmo dia a dia.
Neste contínuo processo de crescimento da vida e onde a Arte se insere, a estar-saber-fazer, o outro não é lhe hostil, é que o outro é fundamental para esse valorização em apreciação, portanto a avaliação e o mérito existem numa recíproca e natural mutualidade.

Aqui não é o Entretenimento que lhe dá forma de ser, mas sim o recriar do que precisa para Ser numa colectivizante sociabilidade. Não era com o Folclore e com o Artesanato que o povo se entretinha. Folclore e Artesanato faziam parte da cultura e dos valores de um povo nesse estar-saber-fazer como a sua a mais-valia e riqueza, que com todo o cuidado foi sendo transmitida de pais para filhos e de geração em geração, servia pois e sobretudo para enriquecer a mente no estar-se ocupado enquanto Ser valorativo num Todo colectivo e social.

A Feira tem sido o museu do Povo, para apresentarem e exporem seus novos trabalhos, suas vivências e nessas feiras tinham entretenimentos ou espectáculos, e eram eles, rodeios, touradas, depois os espectáculos desportivos (o desporto quando não praticado e só assistido é um espectáculo de quem ganha ou perde) como a corrida, a luta, o futebol, no gozo ou na distracção de ver quem ganha e de que lado se deverão de pôr no ser-se o melhor, em que contendas, a tomar partido do ganhar ou do perder, em suma o entretenimento possibilita conflituosidades porque diverte-se a gozar, a hostilizar e a lucrar com o perdedor para favorecer e enaltecer o ganhador. E estes desportivos entreténs postos em prática, com a ajuda da Indústria, foram-se racionalizando eficazmente e tomando a forma actual de Lazer, como a maior das preguiças de se estar na vida, «matando o ser», ora um ora outro, há que ir para a arena, tourear, em toda a sua extensão do que é matar para se viver consumidamente…

Práticas e actividades culturais onde se insere a Arte e o Artístico, não são Lazer e portanto, também não são espectáculo. E tanto o folclore como o Artesanato são práticas culturais, por se ocuparem de uma actividade prazerosa tanto a ser assistida como participada, proveniente de um colectivo dirigido aos singulares desse mesmo colectivo social, neste caso, do povo para o povo.

Embora ocupem o tempo de uma forma descontraída, Folclore e Artesanato não são entretenimento, porque o tempo não é um passar de tempo a matá-lo ou a jogá-lo fora, mas sim no ocupar o tempo a recriar e a valorizar esse saber-fazer a estar ou a viver com ética e estética e que por inerente ao pensar e à vida, lhes era o inevitável e possível.

Assim como o ler um bom livro ou dar um passeio à beira-mar não são entretém, mas sim um ocupar de tempo pensativa ou reflexivamente, criando ou recriando. E porque num passeio à beira-mar não se vai para assistir ao gozo de ver o outro ou os outros ganharem ou perderem e isso é o que eu designo de entretenimento ou entretém a «matar» o tempo, danificando-o.

E muitos artistas foram pesquisar a procurar inspiração nessas raízes da tradição que não podem ser desvalorizadas, muito pelo contrário, porque são elas ou pelas crenças na tradição de poderes vigentes, povo que tentou resistir com arte e sem armas às essas mesmas crenças que lhe eram impostas como verdades que tentavam rejeitar, reunindo todos os esforços no estar-saber-fazer para conseguir continuar a viver condignamente.

Um concerto musical não é um espectáculo, é simplesmente um concerto, por isso nada ter a ver com o entreter, o Lazer e o Entretenimento, e porque após se sair do concerto ou de uma manifestação artístico-cultural, ter-se a sensação de se estar alimentado de uma forma espiritual e a dar possibilidade de recriar a melhor desenvolver as nossas capacidades criativas e humanas de se Ser. E porque o mesmo já não sucede com um espectáculo, porque esse exacerba uma astuta euforia na pior parte de nós a lidar e a comunicar com os outros.

Assim como não é espectáculo uma exposição, uma coreografia, um recital, uma peça de teatro, uma ópera, uma apresentação ou lançamento de um Livro… É que um espectáculo diz sempre respeito ao entretenimento no ver quando é que a fera mata o outro na arena, com os respectivos espectadores a se porem do lado do ganhador para assim se vingarem do mal que lhes tem caído em cima, a poderem gozar, escarnecer, achincalhar e humilhar com toda a legal ferocidade o outro em seus falhados perdedores. Esta repugnante forma de estar, banalizou-se de tal forma que até se ensina sub-repticiamente e com toda a obrigatória, vil e ordeira naturalidade nas instituições, nas empresas, nas famílias e nas escolas.

E após esta globalidade, com a ajuda das novas tecnologias e a fazermos delas bom uso, talvez possamos em breve, participar intensamente e com todo o respeito, num regresso às origens e às raízes a tentar encontrar o que ainda nos resta do que ficou para ser preservado, isto se ainda os que souberem como foi essa prática, vivenciada ou não e porque no terreno, outros pelos registos documentais e outros nas imensas ciências a que tal se atentem ou entendam à descoberta, como a via de ainda se SER, cuidando e protegendo do que ainda nos rodeia e não com esta forma hostil e em que competitividades e medos, sempre à espreita a olhar o outro ou os outros como meros bandidos que se têm de abater a todo o custo, antes que sejam eles a terem essa ideia.

A inteligência e a "indústria cultural"

«Uma das lições que a era hitlerista nos ensinou é a de como é estúpido ser inteligente.
(...) Depois, os inteligentes disseram que o fascismo era impossível no Ocidente.
Os inteligentes sempre facilitaram as coisas para os bárbaros, porque são tão estúpidos.
São os juízos bem informados e perspicazes, os prognósticos baseados na estatística e na experiência, as declarações começando com as palavras
: "Afinal de contas, disso eu entendo", são os statement conclusivos e sólidos que são falsos.
Hitler era contra o espírito e anti-humano. Mas há um espírito que é também anti-humano: sua marca é a superioridade bem informada.
(...) A transformação da inteligência em estupidez é um aspecto tendencial da evolução histórica.
(...) O facto então de que, de repente, os inteligentes são os estúpidos prova para a razão que ela é a irrazão.

(...) a quantidade da diversão organizada converte-se na qualidade da crueldade organizada.
(...) A diversão favorece a resignação, que nela quer se esquecer.
(...) A indústria cultural está corrompida, mas não como uma Babilónia do pecado, e sim como catedral do divertimento de alto nível. (…) A fusão actual da cultura e do entretenimento não se realiza apenas como depravação da cultura, mas igualmente como espiritualização forçada da diversão. (…) Ela se compõe dos valores com os quais, em perfeito paralelismo com a vida, novamente se investem, no espectáculo, o rapaz maravilhoso, o engenheiro, a jovem dinâmica, a falta de escrúpulos disfarçada de carácter, o interesse desportivo e, finalmente, os automóveis e cigarros, mesmo quando o entretenimento não é posto na conta da publicidade de seu produtor imediato, mas na conta do sistema como um todo. (…) A inferioridade, forma subjectivamente limitada da verdade, foi sempre mais submissa aos senhores externos do que ela desconfiava. A indústria cultural transforma-a numa mentira patente. A única impressão que ela ainda produz é a de uma lenga-lenga que as pessoas toleram nos
best-sellers religiosos, nos filmes psicológicos e nos women’s serials, como um ingrediente ao mesmo tempo penoso e agradável, para que possam dominar com maior segurança na vida real seus próprios impulsos humanos.
(…) Se a necessidade de diversão foi feita em larga medida produzida pela indústria, que às massas recomendava à obra por seu tema, a oleogravura pela sua iguaria representada e, inversamente, o pudim em pó pela imagem do pudim, foi sempre possível notar na diversão a tentativa de impingir mercadorias, a sales talk, o pregão do charlatão da feira. (…) Divertir-se significa estar de acordo.
(…) Divertir significa sempre: não ter de pensar nisso, esquecer o sofrimento até mesmo onde ele é mostrado. (…) Mesmo quando o público se rebela contra a indústria cultural, essa rebelião é o resultado lógico do desamparo para o qual ela própria o educou.
(…) A indústria cultural realizou maldosamente o homem como ser genérico. Cada um é tão-somente aquilo mediante o que pode substituir todos os outros: ele é fungível, um mero exemplar. Ele próprio, enquanto indivíduo, é o absolutamente substituível, o puro nada, e é isso mesmo que ele vem a perceber quando perde com o tempo a semelhança. É assim que se modifica a estrutura interna da religião do sucesso, à qual, aliás, as pessoas permanecem tão rigidamente agarradas.
(…) A indústria só se interessa pelos homens como clientes e empregados e, de facto, reduziu a humanidade inteira, bem como cada um de seus elementos, a essa fórmula exaustiva.
(…) Quanto menos promessas a indústria cultural tem a fazer, quanto menos ela consegue dar uma explicação da vida como algo dotado de sentido, mais vazia torna-se necessariamente a ideologia que ela difunde.
(
…) A ideologia fica cindida entre a fotografia de uma vida estupidamente monótona e a mentira nua e crua sobre o seu sentido, que não chega a ser proferida, é verdade, mas apenas sugerida, e inculcada nas pessoas. (…) Quem ainda duvida do poderio da monotonia não passa de um tolo.
(…) Ao serem reproduzidas, as situações desesperadas que estão sempre a desgastar os espectadores em seu dia-a-dia tornam-se, não se sabe como, a promessa de que é possível continuar a viver. Basta se dar conta de sua própria nulidade, subscrever a derrota – e já estamos integrados. A sociedade é uma sociedade de desesperados e, por isso mesmo a presa dos bandidos.»
THEODOR W. ADORNO / MAX HORKHEIMER
Dialéctica do esclarecimento
, JORGE ZAHAR EDITOR

*

Situamo-nos assim, numa colectivizante aceitação de uma vã consciência, nesta que será a curto-prazo, se assim nos continuarmos a pensar, a pior das ameaças da decadência humana, por tomarmos como objectivo primeiro o existirmos numa auto-consumação a «matar o tempo» através do lazer, do entretenimento e da diversão, em suma estamo-nos a abandonar ao «gozo», de tudo se construir pelo divertimento de um mal a olhar o outro e os outros como o espectáculo e com a gritante risada ou gargalhada da eminente e sempre apelativa desgraça, e até posto em prática pelas indústrias culturais como a única e possível ideologia neste que é o «estilo» actual de nos esquecermos quem somos, a ignorar o outro e os outros e para deles se fazer uso como divertimento ou gozo, pelo que se quer e se nos exige do automaticamente imediato no repetitivamente contemporâneo.
No meu ensaio com o título: A CONSCIENTE NEGLIGÊNCIA DO CORPO, na pág.7 sobre a inteligência exprimo que:
É assustador, como a noção de inteligência tem sido abusiva, maquiavélica e sub-repticiamente usada e ensinada a fazer da vida e de todas as vidas, como se fossem “coisas” confeccionáveis, ou como se tratasse de um fabrico em série, numa extensão dos objectos que se compram, se vendem, se gastam e se trocam por outros, numa compulsiva, repetitiva, uniforme e vil monotonia, a deixarmos assim de viver com arte e na arte em toda a sua inerente e espontânea autenticidade e integridade no saber fazer, saber estar e saber ensinar a cuidar de tudo e de todos que nos rodeiam.

E sem mais contrários e já por tão doentiamente deformados, a ter sempre de cumprir-se deveres em que dever e até quando, aqui estamos nós, prontos para as tais de ditas «lutas» no «salve-se quem puder», só, obstinada e unicamente pelas vias de uma vontade cega de se esganarmos uns aos outros, já sem desejos, sem valores e sem aspirações futuras, por cada vez mais caoticamente apartados do que é a verdadeira Cultura.


Excertos de PENSAMENTOS em ali_se relativos a este post:

“A DISTRACÇÃO MATA” (…) na sala de aulas é precisamente onde se aprende a ser-se o que é para mim, o verdadeiro distraído, (…) pensa-se a pensar que se pensa, mas no fundo, no fundo só se pensa em se progredir para um futuro em que o Pensamento deixa de ser o primeiro dos privilégios do Homem enquanto Ser.
(…) E é o que temos como professores, como personalidades e como responsáveis à frente das nossas maiores instituições! Estão todos distraídos, têm mais com que se divertir, existem muitas distracções, (…)
(…) esta diversão a matar talentos e capacidades (…)
Competir ou HUMANIZAR (…) Daí se tornar tão importante, para o artista ou para qualquer pessoa sensível, saber do trabalho e do fazer dos outros pela criatividade em afectividade, não no sentido de uma hostil e antagónica competitividade, mas no sentido de um crescimento e enriquecimento interior. Porque só nos conseguimos realizar com a realização dos outros, quando todo e qualquer ser se apresentar liberto e desprovido dessas mesmas rivalidades em agressivas e competitivas conflituosidades. (…)
CAMINHA-SE (…) Caminha-se assim a bem da mentira, de muitas mentiras, da mentira maior, a de se saber que a mentira é imposta numa verdadezinha verdadeira, ou seja, há que viver em verdadeira mentira. (…)
Prossigamos então com toda esta doença!
Ah, a doença, mas a doença é o maior bem da sociedade!... Quanto mais doenças houver, tanto melhor, há pois que pesquisar de forma freudiana, frenética e esquizofrenicamente até se inventar malefícios em tudo, tudo… em tudo e em todos, sem excepção! Para que assim possam ocorrer mais e mais profissões, profissões piedosas, psicologicamente úteis e interessantes, de bons, fáceis e serenos empregos, em seus grandes e benditos salvadores, na sempre tão cómoda, hábil e astuta forma de imputar responsabilidades aos outros por existirem e nascerem tão doentinhos e ainda lhes virem bater à porta!... (…)
SER-SE empacotado (…) E já todos tão «mal alimentados» quando se cansarão destes pacotes pré-concebidos de um amontoado de fabricações para um qualquer vazio que não os felicitará ao FUTURO por tão insustentável?... No «planear o território» a se riscarem todas as terras numa feroz «nova era das descobertas» neste global turismo de formatados similares pacotes das sempre e mesmas receitas gastronómicas nas mesmas decorativas ambiências arquitectónicas, construídos assim para mutilar tudo o que é crescer. (…)

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