O Ministério da Educação tem vindo, conjuntamente com a Faculdade da Psicologia e Ciências da Educação, a assenhorear-se, a nível nacional de todo o Ensino e até do Ensino Artístico e igualmente, daquela que em breve irá ser posta em prática, a denominada Educação Artística. E a reforma que se fala, e que já está mais ou menos ditada, será no eliminar-se com tudo o que existe até agora, a arranjarem-se novas escolas ou no usar-se as escolinhas mais convenientes ou mais obedientes, para uma talvez, excelência de Escola Nacional Qualificada, com muitos e muitos diplomas à vista e com vistos de uma generalidade, que convém muito generalista. E é nestas novas oportunidades e em seus inteligentes oportunistas, que têm vindo há algum tempo, muito ordeira e legalmente, a arrasar com tudo o que lhes passa pelas mãos. É a construção de qual invencionice que diz respeito a um novo em novidade e que é alusivo ao consumismo, ou seja é uma espécie de nova fabricação ou invasão do se construir pelo novo num fascínio vestido de grande novidade por tão fútil, banal e generalista, com novos cursos e em novos nomes, novos e alegres ocupações patéticas, novos cursos de formação, de formatação e também novos curso de controle. E é neste feroz e desenfreado interesse de quem e em seus de ditos especialistas de tão incompetentes e inaptos para relatórios e afins, se prevêem nessas arregaladas vias e vidas de possuir poder e mais poder, para poderem assim e forçosamente serem respeitados nesta nova era da inspecção fiscalizadora, tão imposta quanto obrigatória num ensino tornado jogo ou guerra e, a cair nas garras das asfixiantes competitividades mercantilistas. Ensino por sua vez a reforçar-se e a acentuar-se cada vez mais no tal paradigma do que é a exclusão social, que todos falam, temem e de que igualmente todos dela tentam fugir. Paradigma este, que se continuarmos a permitir que assim seja e a virarmos costas ao papão-problema, instalar-se-á definitivamente e tornar-se-á de tal modo fatal que, irá tolher completamente qualquer possibilidade de se criarem formas de aprendizagem com todo o entendimento e que tenham a ver com o gosto e o prazer pela vida, em seus naturais e consequentes resultados de um qualquer saudoso e futuro feliz. Mas afinal o que é que o Ministério da Educação anda a fazer com o Ensino?
Nesta louca onda de profissionalizações e em que diplomas e mais diplomas profissionalizantes, não estará mas é este Ministério a fomentar um tão generalizável quanto inqualificável ensino? Está assumir e a reforçar cada vez mais e até a institucionalizar este tipo de modelo ou paradigma da exclusão social, de forma crónica. E com toda a especialidade coloca na vanguarda os mais incompetentes e os que jamais poderão servir de exemplo para o que quer que seja, numa assoberbada tentativa de ocultar os bons exemplos a serem considerados.
Sim, mas afinal, como é que se prevêem profissionalizações e competências e tantas especialidades e afins, se o que se vê na movida e fomentação deste Ministério relativamente às tais vias profissionalizantes no que possa surgir deste novo Ensino e em seus agentes de agências profissionalizantes, são só pessoas e mais pessoas com possibilidades de trabalharem em escolas e mais escolas, em cursos e mais cursos, sempre num ciclo vicioso de só ser profissional à custa do ensinar-se e do teorizar-se à volta do Ensino e nada mais. A ter-se assim, como única possibilidade, o de simplesmente ser-se professor de qualquer coisa ou matéria ou depois em cursinhos de ocupação de tempos e gentes e alunos e professores à deriva, que ganham simplesmente no se governarem em desportivos passatempos, a dar-se aulas porque sim, porque é obrigatório aprender-se a tempo inteiro o que Ministério acha que é preciso para as presentes economias que lá se vão integrando e formatando no que o Mercado assim quer.
É ei-los por aí muito bem reunidos: professores para formar; professores para gerir; professores para explicar, professores científicos; professores de acompanhamento; professores psicanalíticos… Muitos, muitos professores… É a nova escravatura do Ensino dominada por ideias do competitivo no salve-se quem puder que o Ministério da Educação está a construir. Para que activos hajam muitos professores tão humilhados quanto obedientes e bem comprometidos, embora sem condições para trabalharem porque tão desinteressados, desmotivados e tristes, mas isso é irrelevante. Professores esses que irão adoecer e simplesmente, ir-se-ão tornar numa nova fonte de rendimento para os psicólogos, psicanalistas, psiquiatras, cientistas e quantos mais que tratam, estes que em suas higiénicas bem vindas terapias, tornar-se-ão miraculosos e salvadores do mundo e dos professores também!
É a nova e vã escola da Competitividade e do Emprego para todos por Igual, da Cópia e da Repetição, do Igual e do nada de novo, na Nova Escola das Agências ou Máquinas da Incompreensão e Desmotivação na isenção generalizada de se pensar ou sentir. É a nova escola da excelente competitividade e em sua inerente e consequente exclusão social, a escola do paradigma do ensinar-se crianças, jovens e que mais de bairros e zonas pobres, em seus pais, irmãos, família e raça, que já todos sabem de antemão, que não têm qualquer direito ao sucesso!!!
Que insuportável via e vidas competitivas para uma construção de Escola profissionalizante, só para alguns nos que já sabem à priori, que vão ser bem sucedidos.
E muito, muito em breve existirão mais professores que alunos em tantas instalações, agências e agenciais formas de estar, de grandes e doentias debilidades, e em que todas as escolas e faculdades serão os novos hospitalários, que se poderão intitular de um novo «Psico-Ensino»
É que um Ensino e em que Educação, jamais poderá passar por conceitos de uma Psicologia que tenha como vertente principal, as ideias redutoras e limitativas da psicanálise tanto de Freud, de Lacan ou ainda de Melanie Klein, e porque cerceiam completamente qualquer possibilidade de se desenvolver um Pensamento saudável com toda a ética e estética.
E esta frase diz tudo, generalizar a oferta e pôr em contacto, ou seja fazer da música uma qualquer coisinha, como eu já referi em anteriores textos:
>>> A Educação Artística e o Espartilho Cientista :
(...) As artes não podem ser apresentadas nas Escolas, assim levianamente, por esta gente que tira cursos em faculdades para se verem nesta remediável agência de ministeriais empregos. Estes tipos de cursinhos e em que mezinhas, têm de ser proibidos enquanto antes! É que as crianças, só pelo nome nem se inscrevem, e se são obrigadas pelos seus pais para estarem ocupadinhas com qualquer coisinha que as entretenha e até de bonitinho, depois basta-lhes ir a uma primeira aula, que ficam logo vacinadas, para nunca mais repetirem a dose, é que aquilo é de arrepiar, é que é demasiadamente medíocre. E se aos encarregados de educação ligados às artes, lhes fosse permitido assistirem aquelas aulinhas e, até tivessem a possibilidade de as avaliar, dariam com certeza: nota zero!
E como é que a arte pode ser tida de terapia, é que se a arte é levada por estes caminhos remediados nas escolas, deixa imediatamente de cumprir os seus objectivos enquanto ARTE. E desde quando a Arte e a Vida são remédios para o que quer que seja?
Não esqueçamos e não confundamos que a Arte e a Vida são a potência e a força vital de se Ser humano.(...)
Mas a ideia ou conceito, ou talvez estratégia (termo da Economia, da oferta ou do Mercado) do Ministério da Educação em suas agências, especialistas e especialidades é exactamente essa, a de caluniar e desacreditar por completo o que existe do ensino artístico e em seus, ainda credíveis professores, e no que melhor ainda temos na aprendizagem das artes. E vá de retirar-lhes alunos indirectamente ou senão, a direccioná-los teimosa e tardiamente numa única saída, a de integrá-los em que regras ou como se o talento, pudesse alguma vez, manifestar-se em que hora, idade para se tornar justificável enquanto exequível prova para que provas dadas. E de seguida vem o apontar de dedos aos tais professores excluídos ou postos de fora por não terem mais alunos e em seus conservatórios, e os agentes da inqualificável agência saberão como fazer, a depois usá-los como bem entenderem nas suas novas escolas do «Psico-Ensino». Isto é típico dos incompetentes e desta nova era das gentes das ciências educacionais e em seus cientistas psico-freudianos. Efectuada toda e qualquer exclusão, essa gente de alto gabarito por tão gabados e babados, tornam-se então e ainda, os grandes salvadores de toda esta carneirada de professores que lhes vão obedecendo forçosa e cegamente, fruto de tanta distracção e daquela necessidade de subserviência, e em que sobrevivência não dita porque ditada e livre por tantos consumistas. E a titular da pasta da Educação tentará continuar com a sensata malvadez que lhe aprouver em seu estar confortável, das ditas modas do psico-políticamente correcto no seu novo «Psico-Ensino»: simplificar complicando; mostrando excelência na incompetência; nomeando responsáveis perfeitamente irresponsáveis; apresentando quais superioridades de exemplos a seguir, com os piores dos piores exemplos de todos; revelando que a qualidade do que quer pôr em prática é completamente inqualificável e impraticável… E a demonstrar assim e por aí, que tudo o que diz é uma verdadeira mentira e que, o que pretende que seja tornado em verdade verdadinha, não passará de uma grande mentira!
Estratégias mercantilistas não funcionam nem com a Educação nem com a Cultura. Tanto o Ministério da Educação como o da Cultura são a única garantia do equilíbrio de uma sociedade mais justa e humanizada em seus valores de ética e estética. Se misturarem a Educação e a Cultura com as outras áreas da Economia e da Política, entramos efectivamente num descalabro social.
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LER em IDEIAS SOLTAS:
>>> 2008_02_08 - Carta Aberta à Agência Nacional para a Qualificação
>>> 2008_02_12 -Resposta ao Prof. Dr. Domingos Fernandes
Ensino Artístico Vocacional? Não existe em Portugal. O que existe é um Sistema de Ensino Artístico Especializado de qualidade, financiado publicamente e aberto a quem o pretender frequentar. (…) O Ministério da Educação pagou centenas de milhares de euros numa Conferência Nacional de Educação Artística sem que da organização fizesse parte qualquer especialista de Ensino Artístico; nem como convidado. (…) «(…) substituir a actual responsabilidade das famílias na orientação da procura pela responsabilidade do Estado na garantia e universalização do acesso ao estudo da música e da dança.»
Leram bem? O Estado substituir-se às famílias? O que é isto? Nunca os pais deram procuração ao Estado para os substituir na obrigação de educar os filhos! (...)