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a árvore ao jardim

APRECIAR

Gosto muito da palavra «apreciar» e de algumas das palavras e em seu significado e que a ela estão associadas nos respectivos dicionários da nossa Língua Portuguesa. Apreciar, para além do que nos faz «fazer», é efectivamente para mim, das palavras mais bonitas, assim como das que se apresentam em sua significação e que são: admirar, contemplar, conhecer, valorizar, prezar, percepcionar e gostar.

Quando nos regozijamos com algo ou com alguém, é porque estamos a ater-nos a uma certa apreciação em mutualidade. Apreciação essa, que far-se-á sempre numa procura de algo em positividade, perante o objecto ou pessoa em questão. E ao apreciar-se o que nos rodeia, encontramos o que procuramos, embora e às vezes, isso só possa acontecer muito tardiamente, dependendo da atenção e cuidados que prestamos e em resultado da experiência, conhecimento ou entendimento que temos nesse preciso momento. E para mim apreciar é admirar, é dar valor. Apreciar é reflectir atentamente sem quaisquer processos de avaliação ou de julgamento. E quanto ao
julgar, medir, examinar, analisar ou ajuizar, e apesar de que estas palavras sejam também significados do que é «apreciar», considero que elas se desviam dessa atenção do que é a apreciação valorativa. E porque no «apreciar», o estar-se verdadeiramente associado a tudo aquilo que é tido como de, de certo ou de certeza.

Quero com isto dizer que o apreciar e em apreciação, antecede todas as normas perante aquilo que nos faz duvidar. É que quando duvidamos deixamos de estar nesse livre e natural método que existe em cada um de nós e no que é o apreciar e em apreciação. Sim, existe um método próprio pelo qual se rege o nosso Sentir e Pensar e que tem exactamente a ver com essa reflexão em apreciação do que mais nos toca ou tem mais significado para cada pessoa e que se vai desenvolvendo sempre em grande espontaneidade E quando perscrutamos atenciosamente essa apreciação, ela ir-se-á expandir a valorizar o que apreciamos e em sua reciprocidade. É um percurso ou movimento lindíssimo e que se vai elaborando numa estrutura muito própria a edificar o Ser.

E já todos ouvimos falar de certas pessoas, que gostam mais das obras de certos compositores do que outros e acontece que, elas próprias às vezes não entendem muito bem qual a razão dessas suas escolhas. E com certeza que também já todos ouvimos dizer, que para se gostar deste ou daquele compositor é preciso aprender-se a gostar. E aí é que eu discordo completamente, é certo, que embora, tudo possa ser uma questão de educação e aprendizagem, mas esse aprender não deveria de passar forçosamente a ter-se de gostar porque é considerado universalmente bom, e não lhe retirando o seu valor enquanto obra, dever-se-ia sim, estar-se mais em contacto ou tomar-se conhecimento da existência das boas e grandes obras, para depois desenvolver a entender essa tendencial propensão no devido apreciar em apreciação que existe em de cada um de nós.

Este aprender a gostar, mas por nós próprios, é fundamental. E dando ainda o exemplo da música, é que por vezes temos uma apreciação muito maior ou muito mais forte por este ou por aquele compositor e é isso que temos efectivamente, que ter em consideração, nesse mesmo entendimento com os valores da ética e da estética e porque intrínsecos de todo o Ser. Em que é preciso sim, ouvir-se, ler-se, ver-se ou fruir-se, em suma é preciso ter-se conhecimento das grandes obras tanto na música, como na literatura, pintura, poesia e entre outras formas de arte, a atermo-nos assim, a essa genuína forma do que é o apreciar e em apreciação para uma valorização e enriquecimento de tudo aquilo que nos diz exactamente respeito e nos faz conseguir Ser.

Prémio Dardos

Embora não sendo habitual, achei interessante aceder a esta corrente e em agradecimento ao Porfírio Silva do Machina Speculatrix, que me fez constar na sua lista. E no enunciado do Prémio Dardos, diz assim:

Se reconhecem os valores que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras. Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web.
Quem recebe o “Prémio Dardos” e o aceita deve seguir algumas regras:
1. - Exibir a distinta imagem;
2. - Linkar o blog pelo qual recebeu o prémio;
3. - Escolher quinze (15) outros blogues a entregar o Prémio Dardos.

E em conformidade nas muitas e distintas razões que me são imensamente aprazíveis, e sem necessidade de aqui as referir e também porque particularmente, tais nomeados lá saberão com toda a certeza, os motivos de qual a inerente preferência, segue assim, a lista (por ordem alfabética) dos meus (15) blogues premiados:
Anacruses
Ás vezes (des)organizo-me em palavras...

Blog do Miguel

Carpinteira

Diário da Fonte

Fenix ad aeternum

Fractura.net

Ideias S
oltas
Incomunidade

In Emotion

Machina Speculatrix

Memória Virtual

Nada a ver

Ponto cinza

Tendências Simplistas

A Obra viva de VAN GOGH


Vincent van Gogh
(1853 – 1890)

(...)
A cor também foi fundamental para Van Gogh. Quando chegou a Paris, em 1885, encontrou o grupo impressionista, e o uso da cor foi de facto uma revelação para ele. Mas a personalidade de Van Gogh, simplesmente não lhe permitia a atitude objectiva dos artistas do grupo. Monet, por exemplo, que viveu na maior pobreza até aos cinquenta anos, jamais mostrou sua tristeza ou sua comoção pessoal. Quando nasceu seu primeiro filho, ele não tinha dinheiro sequer para comprar pão e leite para o recém-nascido e para a mulher. Ele escrevia cartas aos amigos, principalmente Degas, que lhe davam algum dinheiro (…). No entanto nada disso transparece nos seus quadros. Para Van Gogh, essa objectividade ou distanciamento entre as próprias emoções e a expressão era impossível.

Mesmo preservando o princípio da complementaridade, ele saiu do Impressionismo, transformando cada pequenina mancha em um traço, em uma pincelada rítmica, usando a complementaridade das cores como um elástico: um amarelo vai para um amarelo um pouco mais esverdeado, para um verde, para um laranja, até, no final surgir uma área onde tons azuis conseguem, digamos, fechar a complementar. Portanto, o teor dramático altamente tenso dos quadros, resulta não só da pincelada – que é como uma pincelada «stacatto», muitas vezes brusca, mas sempre rítmica – mas também do modo como as cores são usadas. Isso, que é tão interessante, os psicanalistas não percebem: Van Gogh usou cores quentes; tratou da produtividade da vida, jamais foi mórbido, ele tinha grandes problemas, a ponto de suicidar-se aos 37 anos; mas sua obra queria viver, não queria morrer.
(...)
FAYGA OSTROWER A GRANDEZA HUMANA – Editora Campus



O conjunto de imagens das Obras de Van Gogh que se seguem são do site do Museu Van Gogh em Amesterdão: www.vangoghmuseum.com/





Imagens das Obras de Van Gogh - Museu Van Gogh em Amesterdão: www.vangoghmuseum.com/

O Movimento da Criação em BERGSON

… o ser vivo é sobretudo um lugar de passagem e que o essencial da vida reside no movimento que a transmite.
(…)
… a vida é uma acção sempre crescente.
… Assim o acto pelo qual a vida se encaminha para a criação de uma nova forma e o acto pelo qual essa forma se desenha são dois movimentos diferentes e frequentemente antagonistas. O primeiro se prolonga no segundo, mas não pode prolongar-se nele sem se distrair de sua direcção, como aconteceria a um saltador que, para vencer o obstáculo, fosse obrigado a desviar os olhos deste último e olhar para si mesmo.
(...) … aquilo que devia ser um local de passagem tornou-se termo. Desse novo ponto de vista, o insucesso aparece como a regra, o sucesso como excepcional e sempre imperfeito.

HENRI BERGSON
A Evolução Criadora
Excertos do capítulo II

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