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a árvore ao jardim

Descontinuidades



DESCONTINUIDADES

Às gargalhadas riem-se os tolos e por sorrisos reveste-se o silêncio. A surpresa deambula em sonhos de uma proclamada bem querença. O ontem já não está aqui e o que vem não se verá. E porque vem, será que se nos viu. Porventura. E aos desventrados pelos ágeis de desventuras, riscar-se-lhes-á seu termo. Enquanto isso pairam amedrontados aos que os suspirará de uma tardia antecipação. E ao reiterado conforto, linhas descontínuas replicam-se.

POESIA E FOTOGRAFIA DE ALICE VALENTE ALVES

QUEM ALIMENTA O MUNDO

Em "WE FEED THE WORLD" (Quem alimenta o mundo), o realizador austríaco Erwin Wagenhofer rastreia as origens dos alimentos que comemos. A sua viagem leva-o a França, Espanha, Roménia, Suíça, Brasil e de novo Áustria.
Conduz-nos ao longo do filme uma entrevista com Jean Ziegler, até há pouco Relator Especial das Nações Unidas sobre o Direito à Alimentação. Quem alimenta o mundo é um filme sobre alimentação e globalização, sobre pescadores e camponeses, motoristas de camiões de longo curso e administradores poderosos de empresas multinacionais, sobre o fluxo de mercadorias e o fluxo de dinheiro – um filme sobre a escassez no meio da abundância. Com as suas imagens que se não esquecerão, o filme ajuda a compreender como são produzidos os nossos alimentos e explica o que tem a ver connosco o drama da fome no mundo.
São entrevistados, para além de pescadores, agricultores, agrónomos, biólogos e o relator Jean Ziegler, também o director da Pioneer, o maior fornecedor de sementes do mundo, e ainda Peter Brabeck, presidente da Nestlé International, a maior empresa alimentar no mundo.
www.campoaberto.pt _______ http://stopogm.net/

"QUEM ALIMENTA O MUNDO" - Filme legendado em Português - Com a duração de 95 minutos:

A técnica da fabricação de lixo em grande escala


A relação da realidade para com o equilíbrio da forma artística, enquanto pensamento e acção, deverá sempre mover-se de dentro para fora e porque em sua inversão existe o design, que se move técnica e insistentemente de fora para dentro, e porque pertença da repetição, da cópia e do igual a ser arquitectado em enormes quantidades a serem consumidas, jamais poderá ser considerado de arte.
O design, a arquitectura e as tecnologias, todos juntos e em sua imperiosa efectivação estão-se a tornar num dos maiores erros para com o que é humano. E tudo isto deve-se ao descontrole que essa mesma técnica está a provocar na construção de novas e alucinantes sociedades assentes em economias de uma globalidade super consumista, embora claro está que os seus fabricantes nos tentem ainda, fazer crer em seu contrário. O publicitário e abusivo fascínio de uma aparatosa sedução em que está inserido qualquer forma de design e pelas evidências ao que de monstruoso e desumano já está a provocar, ir-se-á tornar muito em breve, aos nossos olhos ou aos olhos de todos e sem excepção, como algo de completamente repelente.
Não existe absolutamente nenhum controlo (ambiental, político, económico ou ético) sobre a produção e a fabricação deste novo lixo das muitas e bonitinhas enormidades, tanto decorativas, ornamentais e até nos novos e agigantados biblots arquitectónicos, numa espécie de lixo que é feito em grande escala. Em escala essa que em si mesma, tornada lixo e que por sua vez em lixo esse que se faz, para ser deitado todos os dias para debaixo de um qualquer tapete e ainda em tapete esse que por sinal, está já a tornar-se assustadoramente montanhoso.

Nem sempre na escola está a virtude de se aprender

A aprendizagem faz-se fora da escola e hoje mais do que nunca!

Ir à escola e formarmo-nos como simples formatados, nem sempre diz respeito a todos aqueles que pretendem aprender com alguma liberdade. Sempre assim foi, mas agora e apesar da escola estar dotada de muitas e variadas ferramentas de aprendizagem, tanto técnicas como psicológicas, apresenta-se num outro paradigma, muito mais fatal, a de uma nova sociedade que se quer eleitamente modelar a todo custo e que se pretende formatada de algum jeito ou de um único jeito tão malicioso quanto traiçoeiro. Em jeito esse que por sinal não me diz respeito e por isso mesmo, a escola e em suas presentes e enganosas aprendizagens, e porque a enviesar e a falsear constantemente a verdade, também elas muito em breve entrarão em ruptura total, tal como já está a acontecer com as falsas políticas económicas e em seus vis mercados. É que aprender sentada numa secretária horas a fio a ouvir todos aqueles com quem se sabe que nada se aprende, simplesmente porque sim ou porque é preciso títulos e em que tipos de rotulagens tornadas desumanas, é deveras constrangedor e sobretudo para aquelas pessoas, que jamais se conseguirão ater a essas suas contrárias vias de se ser. E exactamente porque precisam de aprender procurando, a completar seus próprios processos, de vir efectivamente a encontrar nos valores fundamentais da vida ou com toda a ética e estética, outras formas de novas e possíveis aprendizagens com futuro.

Estudar, pesquisar e aprender sem escola é em prática mais que possível!

Basta começar por nos encontrarmos com os mestres ou com os génios, e em suas obras ou acções exemplares. E embora esses mestres exemplares nem sempre estejam disponíveis para o fazer presencialmente enquanto professores, mas estão-no decerto, em suas obras e trabalhos, tanto literários, artísticos, filosóficos ou humanitários. Assim ao darmo-nos ao trabalho de estar com eles o mais possível a dignificar e a dar continuidade às suas obras, enriqueceremos com toda a certeza.

Arte e ciência ou o papel da imaginação

Há dois tipos de investigadores: uns para a ciência normal, outros para a ciência revolucionária. Nos períodos normais (no âmbito de um paradigma, digamos), são precisos investigadores que trabalham eficazmente para controlar todos os instrumentos técnicos e eles são «mestres artesãos». Hoje em dia, 95% dos investigadores da teoria das cordas são mestres artesãos. São sempre os melhores alunos de matemática e física, da licenciatura à tese de doutoramento, aqueles que são capazes de resolver os problemas matemáticos mais depressa e melhor do que os outros.
Mas nos períodos revolucionários são precisos visionários. Einstein foi um deles, tal como Neils Bohr. Kepler e Newton são exemplos raros de acumulação de ambas as qualidades. Os visionários decidem fazer ciência porque se colocam questões a que os seus manuais não respondem. Se não se tivessem tornado cientistas, poderiam ter sido pintores, escritores ou músicos. E, na verdade, há muitas semelhanças entre a criatividade artística e a criatividade científica.
Lembrarei apenas algumas famosas afirmações de Einstein.

«A imaginação é mais importante do que o conhecimento. O conhecimento é limitado. Na imaginação cabe todo o mundo». Ou ainda:
«O Homem procura construir para si próprio uma imagem simplificada e inteligível do mundo; depois procura, até certo ponto, substituir o mundo da experiência por este seu cosmos, e assim superar o primeiro. É isto que fazem o pintor, o poeta, o filósofo especulativo e os cientistas naturais, cada um à sua maneira».

JEAN-PIERRE LUMINET - A CIÊNCIA TERÁ LIMITES? - FCG - Gradiva


Vejo a descoberta do HAR1 como um acontecimento seminal na história da ciência, marcando o começo de uma nova compreensão da evolução e da natureza humana, como um grande passo ao encontro da realização do sonho descrito em 1929 por Desmond Bernal, um dos pioneiros da biologia molecular, no seu pequeno Livro «The World, the Flesh and the Devil: Na Enquiry into the Future of the Three Enemies of the Rational Soul» (O Mundo, a Carne e o Diabo: Um Inquérito ao Futuro dos Três Inimigos da Alma Racional). Bernal encarava a ciência como a nossa melhor ferramenta para derrotar os três inimigos. O primeiro inimigo é o Mundo, significando as cheias, as secas, a fome e as alterações climáticas. O segundo inimigo é a Carne, significando as doenças infecciosas e as enfermidades senis. O terceiro inimigo é o Diabo, significando as paixões negras e irracionais que conduzem seres, à parte isso racionais, para o conflito e a destruição. Sou optimista quanto ao futuro porque vejo o HAR1 como nova ferramenta que nos conduz a uma compreensão profunda da natureza e à derrota final do nosso último inimigo.
(Sobre o que é o HAR1: ) Há apenas um ano, foi feita uma descoberta seminal por David Haussler e a sua equipa da Universidade da Califórnia, Santa Cruz. Na minha opinião, esta descoberta é uma chave importante para o mistério da mente humana. Foi publicada na revista «Nature» em Setembro de 2006. Haussler e os seus colegas compararam os genomas de diferentes espécies: ratinho, rato, galinha, chimpanzé e humano. Encontraram um pequeno pedaço de ADN em todos estes genomas a que chamaram HAR1, abreviatura para para Região Humana Acelerada 1. Este fragmento parece estar estritamente conservado nos genomas de ratinho, rato, galinha e chimpanzé, o que significa que deve ter tido uma função essencial que se manteve inalterada durante cerca de trezentos milhões de anos, desde o último ancestral comum entre as aves e os mamíferos até hoje. Mas o mesmo fragmento aparece bastante modificado, com dezoito mutações, no genoma humano, o que significa que deve ter alterado a sua função nos últimos seis milhões de anos, desde o ancestral comum entre chimpanzés e humanos até aos humanos modernos.
De algum modo, aquele pequeno fragmento de ADN expressa uma diferença essencial entre os humanos e os outros mamíferos. Conhecemos outros dois factos significativos sobre o HAR1. Primeiro, não codifica uma proteína, mas codifica ARN. Isso significa que não é em si próprio um gene, mas uma espécie de organizador controlando a acção de muitos genes. Segundo, o ARN que codifica está activo no córtex do cérebro embrionário humano durante o segundo trimestre de gravidez, quando a arquitectura básica do córtex está em construção. É provável que a rápida evolução do HAR1 tenha alguma a ver com a rápida evolução do cérebro humano durante os últimos seis milhões de anos. E a rápida evolução do córtex provavelmente proporcionou a base para a emergência da mente humana.

FREEMAN DYSON - A CIÊNCIA TERÁ LIMITES? - FCG - Gradiva

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