Sobre_ ALI_SE
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a árvore ao jardim

Em formativas «per si»

E preparemo-nos para as glórias inglórias de não sermos. Preparemo-nos para retirar a sujidade das unhas antes de se sujarem. Façam-no de dia e não de noite o alimento do descanso.
E prestes a se saberem virtuosos atirem-se pela corrente do desprezo. Vão ao fundo das aprendizagens sem mestres e vejam-se em todos os espelhos. Que virão? Reis e rainhas, coroados de um ouro metalizado que os derreterá frente a frente de um outrora. E porque agora é já agora!
Não se desdigam somente por agora. Desdigam-se sempre quando por vivos e aprendizes nada vos foi ensinado por bem dito. E no outrora de agora obrigados a serem, passem à palavra da ironia.
E diante de um futuro que vos improvisou, batam a qualquer porta antes de entrar, e quando a porta se abrir de par em par, não entrem, espreitem e depois de vos ser oferecido qualquer taça redentora do brinde, desviem-se de tais cursos. E mesmo antes de o dia findar, ajoelhem-se diante do pecado não cometido.
E após, corram para as mãos do sonho que não terminará mais.
A loucura não acaba aqui e por nós aprende-se, quando não somos por bem vindos na manhã daquele dia. E não aceites os remédios que te obrigam a estar bem de um dormir falseado. Escarra sempre a todos essas coisas naqueles que te quererão salvar. Foge deles. Olha-os bem de cima da ignorância de não saberem mais o que te poderão ensinar. A faculdade desses é a azáfama de se verem livres de ti.
E passeia pela tua avenida. Descalça-te na praia e corre frente ao espraiar das ondas. Eleva-te nos céus e cobre-te das nuvens soalheiras que te aconchegam. Brilha com o sol e não esperes mais por esses, por todos esses que não te saberão ver e descobrir.
Abre a janela da casa em teu interior e avista a única paisagem luminosa de todas as tuas estações. E acima de ti cobrir-te-á o sono que te agasalha por aí todos os dias da tua mesma e ainda por morrer, noite com vida.

POESIA E FOTOGRAFIA DE ALICE VALENTE

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