Sobre_ ALI_SE
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a árvore ao jardim

QUALQUER

Um não mérito qualquer
De calar a boca que se abre
Para comer um qualquer alimento
Que fica na mesa dos ancestrais
Fome devoradora
De olhos que desmentem
Pobres desgovernados
Pela sementeira não colhida
Perdem-se quantos desejos 
À flor da pele de campos
Por cultivar
E todos continuam ainda sentados
Ditando as leis
Em mesas dos famintos
Que esperam pelo nada do prato
Que amontoaram
No dia anterior
Àquela ceia sem hora imposta
E os sumos por fazer
De laranjas perdidas
Deixadas cair apodrecidas
Por ditadores
Com o agrado de agradar
As mesas de não pensadores
Igualdade igual
Da lei sobreposta
Em postas cortadas às fatias
Por facas de igual tamanho.
Distribuídas as leis
Cumpram-se
E as outras mesas
Aquelas mesas esquecidas
Perdidas no acaso
De não se poderem ter em conta
Contam-lhes uma qualquer história
Que os calará sempre
E para sempre
Perderam-se as alegrias
De se viajar
Por papel escrito num lugar
De lugares ainda existentes
À espera de quem lhes dê
A continuidade do valor merecido
Tido em suas contas.




BALLET GULBENKIAN - Fotografia/Arquivo de ALICE VALENTE ALVES

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