Ao longo de pés pesados
E de mãos escorrendo falhas
Entre dedos marcados apuradamente
Todo o corpo suga a corrida
Vertendo a água sumarenta de um grito
E fechados pensares somatizam-se
E onde se avistam praias
Pés agarrar-se-ão em areias que se movem
Para teu entre sem fim
E já porém e por tudo
Diz-se que os fracos e em que fraquezas
Quererão todos sorver
Não me vistam por aí
Beiras e telhados
Em paredes despidas
De cobertos de um tijolo formado
Em sumos sem frutas
De sabores artificiais
Tudo em si
Terminará por fim
E as fraquezas em ideias de se ser fraco
Não existem
Na fraqueza que não te fortalecerá nesse fraco alimento
Ilude por se ser quem é
A agarrar em aprisionáveis façanhas
Acções comiseras, porém vistas em que pequenez
Das ferroadas de míseros bicos reconstruídos
Não viremos e veremos quem saiba abraçar
Tão pródigos azares ou estares
Sorriam, sorriam sempre, sempre
Mas não digam porque sorriem
Ou porque esses sorrisos
Vos deslindem quais prantos
Não digam
E em tudo que se perderá
Tudo se desvanecerá
Águas pantanosas insufláveis
Na lentidão de diques que explodirão
Em podridão esgotável
Não me vejam por agora
Em paladares de um melhor outrora
A música sublima-se
E os sorrisos abrem-se sem mais
E venham os mantos rígidos do calor sonhado
Venham as alegrias paradas
Construam-se mais e mais diques
Sem prestes paragens
Porque sempre parado está teu servo pensar
Que te abomina por não se libertar
Enfrenta teu corpo sábio
Tua dose de Força que te clica
Que te atormenta
Vem e diz o que sabes
O que sentes e o que te fará feliz
E aos velozes gloriosos que esperam que tudo seja breve
E bem divertido em suas fugazes volúpias
E tudo seja formatado num conclusivo esmagamento
Não veremos mais em que transparências
Da opacidade desse pensar anacrónico
Em que por sombriamente retidos
Bem ou mal ir-se-ão ofuscar em sua própria dissipação
POESIA E FOTOGRAFIA DE ALICE VALENTE