É muito fácil explicar por que é que ele é o maior cineasta do mundo,
diz Bonnaud,
O cinema, mesmo quando é um grande cinema feito pelos maiores cineastas, obedece a um certo número de regras que são intocáveis. O que é fascinante em Oliveira é que ele não respeita regra nenhuma. É alguém que opera quase como se não tivesse havido cinema antes dele – é preciso inventar ou reinventar tudo. É como um primitivo italiano que tem de inventar a pintura porque ela não existe antes dele ou como Jean Dubuffet ou Picasso, que não se contentam com os códigos da pintura, mas que a querem reinventar o tempo todo.
E pelo EL GRECO, aquele que é para mim o maior pintor de sempre, e depois pelo MANOEL DE OLIVEIRA, o maior cineasta do mundo e que hoje faz hoje 100 anos, os meus parabéns!
E pela vida, pela obra e pela artes, deixo-vos com estas palavras pertinentes de Carlos Vidal no blogue 5dias:
(...) De resto, esta coisa das artes serem divulgadas como chocolates ou automóveis, é um disparate gigantesco. Sempre achei que as artes têm pouco a ver com democracia ou democratização vulgar. A expressão “democratização da arte” sempre me irritou solenemente. Sobretudo para quem diz que uma obra é “chata”, “enfadonha”, “aborrecida”, “mal feita” (ah meu bom El Greco !!, como pintavas mal mal mal !!!!). Sobretudo para esses para que é a “divulgação” ??
Terão direito à arte ?? Não, sem dúvida que não (força Greco, continua a pintar cada vez pior, dá cabo dessa anatomia das figuras, inventa-as, torce-as, reinventa-as !!!!!).
A ARTE NÃO PODE SER PARA TODOS ! (...)
É que, para quem queira fazer das artes ou da arte tudo aquilo numa qualquer coisa que ela própria e em sua certa incerteza não aprova, sobretudo aos que jamais conseguirão entendê-la e porque a atentaram ou tentaram intrometer-se a desviá-la por que outras vias. E é aí ou exactamente por isso que a arte ou a vida se rebelará sempre, a não poder ser ou estar para todos esses mesmos, que a tentaram impelir ou desvirtuar, no sentido de ela ser aquilo que ela não é: uma anti-arte!