pormenor da obra nº 37 – «o pensar» | acrílico sobre tela | 81x130cm | 2005
«CORPOtraçoCORPO – a poesia e a pintura» de ALICE VALENTE | traço (cor): laranja-lima
«CORPOtraçoCORPO – a poesia e a pintura» de ALICE VALENTE | traço (cor): laranja-lima
(...)
A não ser possível um povo gerir os seus afectos e a sua forma de se manifestar artisticamente é um povo sem futuro, é um povo ou sociedade suicida.
E o suicídio em suicidas é a morte anunciada e vindoura do colectivo, sem singulares. Um suicídio colectivo é, sem precedentes, uma morte ao alcance de todos, dos excluídos tanto ricos como pobres, dos oprimidos, dos falhados, dos comprometidos. É que estamos neste momento a assistir a comportamentos sociais, familiares, institucionais, por tanto sofrimento infligido, já similar aos campos de concentração nazi. Existe uma realidade para os excluídos da face da Terra pelo Homem que instituiu tão monstruosas regras em crenças e poder do dever em não devir, que o suicídio será em breve a maior prova de coragem do ser, que não se suporta mais nestas condições de escravatura cativa. Essa compreensão para os ditos fracos e ou excluídos em toda a extensão do humanitário por não aceitarem compactuar com tanto mal, infortúnio e dor, tornar-se-á em nossa contemporaneidade, o ponto mais forte da dita coragem da dignidade em não-ser.
A não ser possível um povo gerir os seus afectos e a sua forma de se manifestar artisticamente é um povo sem futuro, é um povo ou sociedade suicida.
E o suicídio em suicidas é a morte anunciada e vindoura do colectivo, sem singulares. Um suicídio colectivo é, sem precedentes, uma morte ao alcance de todos, dos excluídos tanto ricos como pobres, dos oprimidos, dos falhados, dos comprometidos. É que estamos neste momento a assistir a comportamentos sociais, familiares, institucionais, por tanto sofrimento infligido, já similar aos campos de concentração nazi. Existe uma realidade para os excluídos da face da Terra pelo Homem que instituiu tão monstruosas regras em crenças e poder do dever em não devir, que o suicídio será em breve a maior prova de coragem do ser, que não se suporta mais nestas condições de escravatura cativa. Essa compreensão para os ditos fracos e ou excluídos em toda a extensão do humanitário por não aceitarem compactuar com tanto mal, infortúnio e dor, tornar-se-á em nossa contemporaneidade, o ponto mais forte da dita coragem da dignidade em não-ser.
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Excerto do Ensaio «CRENÇAS E PODER - DO DEVER EM NÃO DEVIR»
Comunicação proferida em 2005 na Faculdade de Letras da UNIVERSIDADE DO PORTO