Vamos todos aprender no ensinar a não fazer
Vamos ser a não fazer nada do que sabemos fazer
É assim que interessamos
É assim paciência
Sim, vamos simplesmente imitar os que não fazem
E fazer que fazemos
A deixar que a morte se antecipe nessa ordeira e fatal vida
Deixemos pois que se faça vivas a essa vida morta logo à nascença
Vamos ser a não fazer nada do que sabemos fazer
É assim que interessamos
É assim paciência
Sim, vamos simplesmente imitar os que não fazem
E fazer que fazemos
A deixar que a morte se antecipe nessa ordeira e fatal vida
Deixemos pois que se faça vivas a essa vida morta logo à nascença
Bebe um só trago dessa água que sabes que te irá contaminar
E verás como te sentirás da tua embriaguez
Toma mais
E deixa-te com todos os remédios que te aconselham a estar nesta vida
Deixa-te levar por aí por toda essa subtracção que te colhe os sentidos
E ensaia-te experimentando todos os dias a remar nesse contrário
E ao longo de um pouco do muito do teu tempo
Verás como te sentes
Que cansativa e rasteira vida
Doem-te as costas e sentes o quanto se está parado
E os outros, os que fazem que fazem que estão fazendo
E simplesmente fazem porque fazem
Ou porque têm de fazer porque é assim e paciência
No porque há ainda muito para contaminar no depois curar a lucrar
Ah, esses também estão bem mal
Sim, esses que se afogam de contentes
Os do ora-sim-ora-não ou os tais de vencidos ou vencedores dessas lides
E simplesmente fazem porque fazem
Ou porque têm de fazer porque é assim e paciência
No porque há ainda muito para contaminar no depois curar a lucrar
Ah, esses também estão bem mal
Sim, esses que se afogam de contentes
Os do ora-sim-ora-não ou os tais de vencidos ou vencedores dessas lides
São estas resumidas e iguais vidas todas mal paradas
Neste pouco sentido do muito, que não se pode fazer, porque é assim paciência
Valham-nos pois os deuses, que se alegram desta podridão de tão grande pobreza
Neste pouco sentido do muito, que não se pode fazer, porque é assim paciência
Valham-nos pois os deuses, que se alegram desta podridão de tão grande pobreza
Deitado à beira daquela estrada
Circundado
E que por sinal jamais te pisarás
Poesia e Fotografia de ALICE VALENTE ALVES
2 0 0 6 _ 0 3 D E Z E M B R O : por tudo