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a árvore ao jardim

A divisão compete por sobrevivência

Existem dois tipos de pessoas. Chamem-lhes boas ou más, sensíveis ou insensíveis, de esquerda ou de direita, pobres ou ricas ... em pessoas essas que se confrontarão de quando em quando a se assistirem enquanto tal. E o meio de vida de cada uma dessas pessoas é-o pela sua condição.

Estes dois tipos de pessoas estão constantemente a se rebelarem umas contra as outras, porque:
A que é rica não quer ser pobre e a que é pobre quer ser rica.
A que é de direita não quer ser de esquerda e a que é de esquerda quer ser de direita.
A que é má quer ser tida de boa e a boa inevitavelmente terá de um dia ser má.
As sensíveis são ensinadas ou obrigadas a ser insensíveis e as insensíveis pensam e agem unicamente por regras morais.

E em percentagem manifesta para com a submissão ou a insubmissão, para com a bondade ou a crueldade, para com a potência ou a impotência, para com a justiça ou a injustiça... e em ambas as pessoas, 'vida e morte' afinal, é-lhes a sobeja igualdade.

É que viver basicamente para uma moral e sem ética nem estética, é sobreviver!


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A CONDIÇÃO

[In]Tempestade

- É que me tornei cada vez mais sensível a uma distinção possível entre o devir e a história. Era Nietzche quem dizia que nada de importante se faz sem uma «nuvem não histórica». Não é uma oposição entre o eterno e o histórico, nem entre a contemplação e a acção: Nietzche fala do que se faz, do próprio acontecimento ou devir. O que a história apreende do acontecimento é a sua efectuação em estados de coisas, mas o acontecimento no seu devir escapa à história. A história não é a experimentação, é apenas o conjunto das condições quase negativas que tornam possível a experimentação de alguma coisa que escapa à história. Sem a história a experimentação permaneceria indeterminada, incondicionada, mas a experimentação não é histórica. Num grande livro de filosofia, Clio, Péguy explicava que há duas maneiras de considerar o acontecimento, uma que consiste em passar ao longo do acontecimento, em recolher a sua efectuação na história, o seu condicionamento e apodrecimento na história, mas a outra em activar o acontecimento, em instalar-se nele como num devir, em rejuvenescer e envelhecer nele ao mesmo tempo, em passar por todas as suas componentes ou singularidades. O devir não é história; a história designa apenas o conjunto o conjunto das condições, por mais recentes que sejam, das quais nos afastamos para "devir", quer dizer para criar alguma coisa de novo... Maio de 1968 foi a manifestação, a irrupção de um devir em estado puro. Hoje, a moda é denunciar os horrores da revolução. O que nem sequer é novo: todo o romantismo inglês está cheio de uma reflexão sobre Cromwell muita análoga à que se faz hoje sobre Estaline. Diz-se que as revoluções têm um mau futuro. Mas não se pára de confundir duas coisas, o futuro das revoluções na história e o devir revolucionário das pessoas. A gente em causa não é a mesma nos dois casos. A única oportunidade dos homens está no devir revolucionário, que só ele pode esconjurar a vergonha, ou dar resposta ao intolerável.


GILLES DELEUZE , Conversações 1990, Fim de Século Edições, 2003



ao 11 Setembro


NOVA IORQUE - Ilha de Manhattan - Imagem áerea nº 27 - 1993 - Arquivo/Fotografia de ALICE VALENTE ALVES

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2 0 0 7 _ 1 1 S E T E M B R O: avista-se sem mais palavras

«a moldura do selo»


... o selo em "a cola" do esquecimento ...

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