Sobre_ ALI_SE
_
a árvore ao jardim

Crise por transformação - o lixo


Tudo se recicla, será? E os economistas e políticos, quererão também reciclar a crise?

A crise está instalada, e enquanto se continuar a empobrecer pessoas, povos, países e gerações, a crise aí estará para durar. E depois da crise, o que virá? Uma outra crise, com data e nome próprio? Perguntas sem resposta, é certo!!!

Quer-se pensar que, ir-se-á transpor a actual crise, no ainda ser possível fazer-se destas economias e em seus modelos, o único e viável caminho para o progresso económico-político desta nossa contemporaneidade? Não, a crise jamais desaparecerá assim, a querer-se continuar nos mesmos moldes económicos, políticos e sociais a que nos temos modelarmente adaptado até aqui.

O desenvolvimento dos países ricos, fez-se sem se pensar que um dia, esses mesmos europeus enfrentassem também uma crescente preocupação não só com a pobreza dos outros (dos países pobres ou em vias de desenvolvimento) mas também com a pobreza em seus próprios países, os tidos de ricos. É que as economias sempre se foram construindo na base de um aumento de pobreza pelo mundo fora e vá de enriquecer com a mão-de-obra barata e com a tal ideia de «com o mal dos outros posso eu bem». E assim a pobreza tem aumentado de tal forma, que aí estamos nós a assistir já a esse aumento  de miséria nos próprios países ricos ou desenvolvidos!

E agora o que fazer? 

Olhar à volta, um pouco mais e pensar, o que é que afinal tem crescido exponencialmente, nos tais países ricos ou desenvolvidos:

- O lixo excedentário do consumo: latas (de cerveja, coca-cola, refrigerantes…), fraldas descartáveis, embalagens de tudo e mais alguma coisa (de leite, de iogurtes, de comidas, de detergentes, de produtos de higiene, hospitalares etc), garrafas de plástico, e plástico, plástico, plástico para tudo a embalar tudo, tudo e tudo, e depois embalagens também de papel, cartão e cartonagens, e ainda jornais, livros, revistas… e depois móveis e mais móveis, aparelhos eléctricos, telemóveis, carros, roupa… um sem fim de objectos e mais coisas, todos prontos para serem substituídos o mais breve possível em lixo, em muito lixo!

E que tal, é isto desenvolvimento?

Sim, é um desenvolvimento na fabricação de lixo em grande escala ou numa progressiva construção para o caos e para a ameaça de destruição do ser humano e da sua Natureza.

Há que assumir que assim não poderemos continuar! É certo que a responsabilidade caberia aos dirigentes e governantes do mais antigo continente desta nossa civilização, a Europa. Mas afinal o que tem acontecido nesta primeira década do séc. XXI? Pura distracção e incapacidade de visão global dos problemas culturais, sociais e humanos. E uma teimosia tola por querer-se crescer ainda assim neste fomentar de miséria e pobreza, e a usar também as pessoas, como se de lixo se tratasse.

Os modelos económicos pautaram-se sempre por uma crescente pobreza pelo mundo fora, e o alerta dessa necessária transformação deu-se no final do séc. XX, e fizeram-se várias tentativas em acordos e mais acordos por políticos e governos da Europa e de todo o mundo, e em acordos que no fundo não foram cumpridos. Tentativas em vão de tempo e dinheiro perdidos.

E agora?
Agora urge essa transformação mais do que nunca, e essa consciência irá inevitavelmente, com nome de crise, ou em que mais crises,  mais tarde ou mais cedo, entrar-nos por portas adentro, e tocar a todos sem excepção!

E é nessa transformação que não se tem querido pensar, porque a acontecer terão de ser alterados todos os modelos das economias e políticas dos países mais desenvolvidos, pois é, mas não teremos outras hipóteses senão vir a dar rumo a essa nova transformação. Há que pensar nessa alteração de hábitos, e costumes pessoais, sociais e culturais, que toda a produção e leis de mercados por um consumo em crescente se nos impôs no século passado. E estamos no final da primeira década do séc.XXI e sempre pensei que na passagem para este nosso novo século, haveria não só a preocupação mas também alterações já postas em prática com a preservação da Natureza e do Ambiente. Mas nada se fez, e nada se está a fazer, verdadeiramente de concreto, e com crise ou sem crise, a ideia que ressalta é a mesma, e que é, a de continuar, em crescente consumismo. É que as leis de mercado e das economias assentam numa feroz competitividade por consumismo. E todos sabemos que não podemos ir por aí! E os que não sabem ou não querem saber, enfim, ou são muito tolos ou completamente ignorantes.

Será que temos sempre que construir muros para quebrar a cadeia da solidariedade humana, separar os povos e proteger a felicidade de uns da miséria dos outros?

Assim, há que alterar, há que pensar nessa transformação de hábitos de consumo. Todos os governos e países do mundo inteiro e especialmente os da Europa e da América, terão de criar novos exemplos de boas práticas e vivências do ‘quanto baste’ relativamente às economias e políticas de consumo, começando nos governos, nas famílias, na sociedade, na educação e ensino... E terá de haver divulgação nesse sentido e a estarmos todos a postos, para que a transformação ou a alteração se dê, com toda a urgência e conforme a crise ou as crises, assim o estão a assinalar!

Há que fazer a escolha entre Competir ou HUMANIZAR!
ALICE  VALENTE 


NOTA: Irei dar continuidade a este tema da «Crise por transformação» em próximos post's e com os seguintes subtítulos: - a água, - o plástico, - o papel, - a publicidade, - o turismo e - a alimentação,  entre outros.



Filosofia e escolas analíticas

(...)
Na Grã-Bretanha podem-se distinguir três ensaios autóctones de encontrar um novo fundamento para a filosofia. O primeiro é especialmente realizado por Bertrand Russel e encontra-se em ligação directa com a esfera dos problemas acabados de discutir; nesse ensaio é considerado a lógica como ciência da filosofia e não apenas como a sua parte mais essencial, como se lê na segunda lição de «o nosso saber acerca do mundo exterior». No ano de 1914 acreditava Russel que todos os problemas autenticamente filosóficos eram de natureza lógica e aqueles, que não se podiam reduzir a problemas lógicos, eram pseudoproblemas. Esse texto é ainda hoje digno de se ler como introdução à nova lógica das relações das relações e os méritos de Russel na sua formulação, como em geral na fundamentação da nova lógica e na criação, nos Principia Mathematica, do sistema da logística até hoje mais seguido, mantém-se incontestados. Contudo pertencem à lógica tornada ciência e não podem ser aqui tratados. Estas investigações lógicas exerceram uma influência favorável sobre os filósofos, recordando-lhes uma esfera de investigação desprezada, ajudaram a evitar erros linguísticos e lógicos e elevaram o rigor da condução do pensamento e o nível da discussão filosófica. Depois de Russel ter analisado nos Principia Mathematica as proposições matemáticas do ponto de vista lógico, julgou poder generalizar essa análise. Estava convencido de poder obter, mediante uma análise lógica das proposições, os elementos para a construção lógica do mundo, os «átomos lógicos», os elementos simples, os «princípios atómicos», mas também as qualidades e uma hierarquia de vária ordem. O modelo desta análise volta a ser, como em Descartes, uma análise matemática; assim como todos os números se decompõem em números primos, assim também todas as proposições se resolveriam em proposições primárias e elementos primários. É isto, porém, objectivamente impossível e na análise chega-se apenas a elementos mais simples, mas nunca aos elementos simples. O que Russel quer deduzir pressupõe a hipótese pluralista oposta ao monismo, segundo a qual o mundo consiste em coisas particulares, qualidades, etc. Isto é uma metafísica completamente independente da lógica. A tentativa falhou e necessariamente, pois a lógica não basta como base da filosofia. É uma simples disciplina formal, tem que ver, essencialmente, com a correcção do raciocínio lógico e da estrutura dos sistemas dedutivos; uma filosofia que possua conteúdo, não se pode deduzir da lógica. Esta é um meio  e um instrumento de trabalho filosófico, mas não a sua essência e a sua finalidade própria. É quase inútil observar que o próprio Russel há muito abandonou essa tentativa juvenil.
(...)

FRITZ HEINEMANN - A FILOSOFIA NO SÉC.XX - F.C.GULBENKIAN

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails

Páginas