Sobre_ ALI_SE
_
a árvore ao jardim

E a Terra rejeita

O Homem em suas estéreis e vãs ciências
Perdeu-se o sentido ético e o mundo desgovernado e mal "alimentado", entra em declínio. É que conhecimento, o dito conhecimento no conhecimento de agora ou esse tal de conhecimento daqueles conhecimentozinhos que só se querem unicamente associados a inteligíveis e negociáveis tecnicidades e porque de práticas desumanas se trata, converte tudo o que é humano num objecto abjecto, imóvel de si mesmo e a querer-se assim, tornar viável experimentalmente, todos os seres humanos às quais experiências e inventividades, ainda por comprovar. E aí estão os seres humanos tornados já e (ir)remediavelmente nuns grandes ratos laboratoriais em terra, sementes e comida controlada e nas mãos do maior monstro do negócio alimentar do mundo: a Monsanto.

E sobre essa alimentar nova forma ou ordenação para a Vida e para a Terra dos que em suas cientificidades insistem no uso de tais sementes transgénicas (ou OGMs), e ainda a quererem justificar que tais produtos geneticamente modificados poderão salvar o mundo da fome, é a palavra de ordem mais errada e tóxica que as enganosas publicidades alguma vez construíram.

A Monsanto é o maior monopolizador de alimentos do mundo e com os seus transgénicos (ou OGMs, os tais de organismos geneticamente modificados), quis, vejam só, salvar o mundo da fome. Que interessante ideia ou melhor, que belo negócio esse. E dando o quê em troca a esse mesmo mundo, outras sementes em sementes não mais reproduzíveis na terra, senão fechadas e feitas em dispensas laboratoriais, por quem quer que assim seja, em sementes fabricadas por encomenda, regadas com veneno, empacotadas e tudo feito assim mesmo, à medida do consumo, do imposto freguês, e do artificial quanto baste, é isso.

O maior dos erros da ciência ou dos tais descobridores deste novo conhecer ou em quais conhecimentos, é querer controlar e fechar em si mesmo, tudo o que descobre e para isso, lá se vai estrumando com a tal ideia: "o segredo é a alma do negócio". É que este erro de segredar à fome de uma faminta ideia de querer guardar-se só para si o que é de todos, e ainda neste caso, modificando genética ou laboratorialmente sementes, e a não permitir por sua vez que a Terra continue a cuidar dessas matérias e em suas sementeiras, é algo que com toda a certeza, mais tarde ou mais cedo, por feito ou por efeito, não terá mais lugar nessa mesma Terra.

E por sinal, há um mês atrás, soube desta notícia:


Uma área de plantação de milho transgénico na África do Sul, equivalente a 80 mil campos de futebol, não produziu um grão sequer. De um total de mil produtores de milho geneticamente modificado, 280 tiveram prejuízos na colheita. Alguns chegaram a perder até 80% da produção.
(…) Marian Mayet, directora do Centro Africano para Biossegurança, em Joanesburgo (África do Sul), defendeu uma investigação do caso pelo governo sul-africano e a proibição imediata do milho transgénico naquele país.


E agora vejamos, esta informação que recebi ontem, via email da lista_ambio e grupo_ogm, com o título "a natureza contra-ataca":
Milhares e milhares de hectares de terra previamente cultivada com soja Roundup Ready da Monsanto estão a ser abandonadas pelos agricultores americanos.
Razão: Uma variedade de amaranto que se tornou super-resistente ao herbicida Roundup, tomou conta desses terrenos e tornou impossível cultivar neles o que quer que seja. O amaranto é uma planta alta e com raízes profundíssimas, que só pode ser eliminada com muito trabalho manual. A ironia maior é que o amaranto é igualmente das plantas mais nutritivas que existem - era um dos principais alimentos dos Incas - devido à sua profusa produção de grãos (sementes) altamente proteícos e às suas folhas riquíssimas em nutrientes. E não precisa de fertilizantes, pesticidas ou água (tal como o cânhamo).

Como gesto de paz a mãe natureza envia-nos uma "praga" que é um super-alimento para que deixemos de cultivar soja transgénica. Mas o que acontece? Em vez de se prestar atenção à mensagem, milhares de hectares cheios de alimento que não custou absolutamente nada a cultivar são abandonados em vez de aproveitados. De seguida ainda inventam um vírus transgénico qualquer, que destrua o amaranto. Afinal quem é que quer alimento gratuito que não dá dinheiro às agroquímicas?

E depois diz-se que precisamos de OGMs para alimentar os famintos. Haverá mentira mais descarada?

Deixo-vos de seguida com este esclarecedor vídeo (em inglês):
"The World According to Monsanto - Controlling Our Food"



"O Mundo segundo a Monsanto"
Vídeo dividido em 12 partes e legendado em português. Assim, para visualizar todos os vídeos, quando terminar esta parte clique (no próprio vídeo em baixo) na imagem da parte que se lhe segue.






Electricidade e o futuro das barragens


Ou a electricidade de publicitárias modas

O anúncio que a nossa empresa portuguesa de electricidade tem vindo a divulgar desde Abril, na tentativa de transmitir a ideia, de que "Quando projectamos uma barragem projectamos um futuro melhor", incomoda qualquer pessoa que esteja consciente e que sabe que este, não será com certeza o caminho certo, e muito menos para um futuro melhor de quem quer que seja. É que projectar barragens numa altura em que estamos com uma crise e que é anunciadora exactamente da necessidade dessas mesmas mudanças, é algo que está a escapar a esses mesmos responsáveis e que leviana e vaidosamente continuam a tomar decisões, em decisões essas que por tão erradas e absurdas, serão catastróficas para o ambiente de todos nós.

Em notícia no Público:
(…) esta é uma campanha de "desinformação" e … o balanço final das obras será "negativo" para a biodiversidade e gestão sustentável dos recursos hídricos. (...)

Em notícia no DN:
(...) As associações pedem ainda à EDP que, "em respeito pela verdade e transparência, retire esta campanha.
A EDP vai investir, até 2016, três mil milhões de euros na construção de cinco novas barragens e no reforço da potência de seis, passando a produzir energia hídrica suficiente para mais de dois milhões de consumidores.
As cinco novas barragens são as do Baixo Sabor, Foz Tua, Fridão, Alvito e Ribeiradio. (...)

Notícia da Quercus:
É ainda fundamental chamar a atenção que as grandes barragens são uma forma cara e ineficaz de resolver as necessidades energéticas do País. Com o mesmo investimento previsto para o Programa Nacional de Barragens, seria possível pôr em prática medidas de uso eficiente da energia que, sem perda de funcionalidade ou conforto, permitiriam poupar cerca de CINCO VEZES MAIS ELECTRICIDADE do que a produção das barragens propostas.


E porque o sol, o vento e a chuva são de graça, muito se tem vindo a fazer a nível de investigação e no aperfeiçoamento para se pôr mundialmente em prática no que visa às fontes de energia renováveis mais eficazes e económicas que as energias renováveis tradicionais (barragens) e a iniciar-se assim, a adesão ao uso de equipamentos domésticos no aproveitamento da luz solar e do vento. Formas estas de energia que diminuirão a enorme dependência das empresas energéticas, para além da possibilidade (sustentável) de vender o excesso de electricidade doméstica produzida a essas mesmas empresas do ramo energético.

E por tudo isto e muito mais que se viabilizará inevitavelmente para muito breve, será que iremos ter nas nossas paisagens as inúmeras barragens construídas ou em construção, todas ao abandono?

Para já o que fazer?

Há que tomar consciência a enfrentar esta situação e assim sugiro que não cruzem os braços e enviem a quem de direito e divulgando-a o mais possível, a seguinte carta de reclamação:

(…) Será mais útil utilizar os recursos mediáticos para informar sobre eficiência energética e mostrar exemplos concretos nesse sentido, do que fazer este tipo de investimentos em opções do lado da oferta, que já não se coadunam com as necessidades ambientais da época. Estima-se que a adopção de medidas de eficiência energética seria de valor muito superior à da potência instalada nas novas barragens

O que constatou o Estudo da Comissão Mundial sobre Grandes Barragens (estudo que abrangeu um levantamento de 125 grandes barragens, acompanhado por 17 estudos temáticos sobre questões sociais, ambientais e económicas, sobre alternativas às barragens e sobre os processos institucionais e de governo):

- No saldo final os impactos sobre o ambiente são mais negativos que positivos e, em muitos casos, provocam danos significativos e irreversíveis a espécies e ecossistemas. Há destruição de florestas e habitats selvagens, desaparecimento de espécies e a degradação das áreas de captação a montante devido à inundação da área do reservatório. Há redução da biodiversidade aquática, a diminuição das áreas de desova a montante e a jusante e o declínio dos serviços ambientais prestados pelas planícies aluviais a jusante, brejos, estuários e ecossistemas marinhos adjacentes.

- Há impactos cumulativos sobre a qualidade da água e risco de salinização e degradação do solo se essa água for usada na rega.

- Constatou-se também que das barragens estudadas todas emitem gases que contribuem para o efeito de estufa, como ocorre com os lagos naturais, devido aos inerentes processos de decomposição em águas "paradas"; a intensidade dessas emissões varia muito dependendo da localização/ temperatura e condições do local; uma comparação fiável exigiria que fossem medidas as emissões de habitats naturais anteriores ao represamento. Além disso, há emissões não desprezáveis no fabrico do betão usado na construção. (…)
Ver na íntegra >>> Carta de reclamação


O vento e tic-tac



Há coisas engraçadas, muito engraçadas, para ocupação de quais termos. E o receio de não se perder o jeito, atrapalham-se-nos os tempos, os dias e as horas. E tresloucados ao ponto de que estaremos, todos por perdidos. Às histórias por bem vestidas de vestidos entrapados, galgam-nos outras memórias. Agora por cá já não se ouvem os cânticos dos prantos perdidos. Longe estão essas agonias. Fogem os que estão, de uns e outros desencontrados.
E o silêncio converte-se na maior das alegrias. A distância, essa aproxima-se do que de mais belo ainda se avizinha.
Tu, oh sonhador de céleres e confusas águas que não conseguirás amansar. Tu oh rebelde que não te queiras por rei de tudo isto. Isto que ninguém mais quer. Simplesmente apossados estão, os que anestesiados por quais termos, ainda quererão por que razão, tudo levar.


POESIA E FOTOGRAFIA DE ALICE VALENTE

Por que viver






O viver sustentável * 
que não o verdadeiro, 
é viver a esquecer 
que estamos vivos! 
*

Até quando?

E porque:

* O viver sustentável que não o verdadeiro
- é tudo aquilo que diz respeito ao psico-económico, psico-político, passando pelo psico-ambiente... até ao seu psico-ensino.




Ética e moral

Sempre se confundiu ética com moral. Considero que já devia de se tornar bem definida esta distinção, tudo seria muito mais fácil e o entendimento entre humanos e em seu meio ambiente já se teria dado.

É que a ética não precisa de moral, enquanto que a moral inevitavelmente sempre precisou e continuará a precisar da ética. Isto é, a moral evolui regendo-se pelo que a ética (tão natural quanto humanamente) vai introduzindo de ético nessas mesmas leis morais. E a ética enquanto valor primordial da vida é a base de sustentação de todas as leis (morais) feitas pelos homens para vivermos em sociedade. Ainda de notar que Ética enquanto Valor estará sempre associado e lado a lado com o Valor Estética. E exactamente porque a Ética e a Estética são os Valores primordiais da vida ou da existência de se Ser. A Moral, essa terá sempre de sujeitar aos valores da Ética e da Estética através das suas leis de sociabilização. E por isso sempre e para melhor a Moral foi sendo alterada pelos Valores Éticos e Estéticos, valores estes que não precisam de leis exteriores para existir, precisamente porque existem em nós, interior ou intrinsecamente e sem qualquer tipo de regras a serem impostas obrigatoriamente através de leis. E porque ética e estética são a mais-valia ou virtude maior de seres que somos com Pensar e Sentir.

E sim estamos na maior crise de todas: a crise de valores!

É que a Moral até aqui foi tida como um valor que se colocou lado a lado com a Ética e com a Estética. E assim , esta crise poderá ser considerada como a maior de todas as crises. É que ainda por cima a Moral nesta nossa contemporaneidade quer ser tida como um Valor primeiro e obrigatório a ser cumprido com todas as suas leis através dos muitos e interessados fazedores dessas mesma leis, esses mesmo que até estão numa desenfreada tentativa de superiorizá-la à ética e estética. E claro está que isso jamais irá dar certo, nunca deu.

A desumanidade jamais poderá dominar sobre o VALOR DA VIDA e em seus Valores de Ética e Estética. É que enquanto existir vida humana e em seu pensamento, a ética e a estética tratarão do resto com toda a naturalidade.


Post's relacionados em ALI_SE:

Desobediência à lei por ética

A ARTE como fecundação e alimento

Os apossados da arte a transformá-la em não-arte


LinkWithin

Related Posts with Thumbnails

Páginas