Sobre_ ALI_SE
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a árvore ao jardim

CORRIDA


Ao longo de pés pesados
E de mãos escorrendo falhas
Entre dedos marcados apuradamente
Todo o corpo suga a corrida
Vertendo a água sumarenta de um grito
E fechados pensares somatizam-se
E onde se avistam praias
Pés agarrar-se-ão em areias que se movem
Para teu entre sem fim


E já porém e por tudo
Diz-se que os fracos e em que fraquezas
Quererão todos sorver
Não me vistam por aí
Beiras e telhados
Em paredes despidas
De cobertos de um tijolo formado
Em sumos sem frutas
De sabores artificiais


Tudo em si
Terminará por fim


E as fraquezas em ideias de se ser fraco
Não existem
Na fraqueza que não te fortalecerá nesse fraco alimento
Ilude por se ser quem é
A agarrar em aprisionáveis façanhas
Acções comiseras, porém vistas em que pequenez
Das ferroadas de míseros bicos reconstruídos
Não viremos e veremos quem saiba abraçar
Tão pródigos azares ou estares


Sorriam, sorriam sempre, sempre
Mas não digam porque sorriem
Ou porque esses sorrisos
Vos deslindem quais prantos
Não digam
E em tudo que se perderá
Tudo se desvanecerá
Águas pantanosas insufláveis
Na lentidão de diques que explodirão
Em podridão esgotável


Não me vejam por agora
Em paladares de um melhor outrora
A música sublima-se
E os sorrisos abrem-se sem mais
E venham os mantos rígidos do calor sonhado
Venham as alegrias paradas
Construam-se mais e mais diques
Sem prestes paragens
Porque sempre parado está teu servo pensar
Que te abomina por não se libertar
Enfrenta teu corpo sábio
Tua dose de Força que te clica
Que te atormenta
Vem e diz o que sabes
O que sentes e o que te fará feliz


E aos velozes gloriosos que esperam que tudo seja breve
E bem divertido em suas fugazes volúpias
E tudo seja formatado num conclusivo esmagamento
Não veremos mais em que transparências
Da opacidade desse pensar anacrónico
Em que por sombriamente retidos
Bem ou mal ir-se-ão ofuscar em sua própria dissipação

POESIA E FOTOGRAFIA DE ALICE VALENTE

Ordem Poética

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A ordem Poética eleva-se SEMPRE
No aconchego do silêncio em desassossego

E a fazer
Ou por fazer
Escreverei dizendo
Escreverei assegurando
Que as excepções sempre existiram  
para que a regra não impere

Sempre assim foi
E assim será para todo o SEMPRE


POESIA E FOTOGRAFIA DE ALICE VALENTE


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POBRE por não ter ou PODRE por ter

A sociedade está doente. 
Existe um cheiro a podre, um cheiro a podre por todo o lado. 
Não um podre de quem não tem e porque o pouco ou nada nunca apodrece, mas um podre de quem tem muito, um podre de rico, um podre do muito acumulado numa só mão. 
São podres os que não se consideram pobres porque têm muito dinheiro, são podres os que usam o dinheiro na permissão de mais e mais pobreza. 
Os pobres não se pavoneiam na rua passeando, os pobres recolhem-se, escondem-se e não incomodam, esses não se vêem, e por isso parece que não existem pobres. 
Eu tenho vergonha de existirem pessoas podres de ricas.

E depois ainda existem os que embora ainda não podres, estão já cheios de pus, numa exagerada ambição de se tornarem igualmente uns podres de ricos. E acabou de se sentar aqui mesmo à minha frente um exemplo ou um espécime dessas. Embora ainda não podre de rico, é mais um (porque sim) que escreve e ganha a dizer mal dos outros, nas suas crónicas e livros, mas depois a sua ávida aspiração é a de viver unicamente como um podre de rico
É mais um que pensa que ser-se respeitado é ser-se podre de rico
Uns ricos pobres, esses que se ambicionam em suas vidas, virem um dia a ser, uns podres de ricos
E por isso o mundo cheira tão mal.
Escreve e pensa o que quiseres, mas não deixarás de ser um estragado e apodrecido, quando tuas atitudes se revelam demonstradoras de um pobre de espírito a te ambicionares um podre de rico
E estou-me a sentir mal com este cheiro, vou-me já embora!


O artista e a dignidade humana

Estes excertos que se seguem são dirigidos aos que por aí andam cómoda e pateticamente vendados, em tanta cegueira que lhes foi incutida, e coitados até se sentem bem assim, e claro está, que não compreendem, e jamais entenderão, que uma linha de pensamento onde felizmente, muitas pessoas até estão inseridas, é só e unicamente uma questão de lucidez e de dignidade humana, e não terá de passar e neste meu caso não passa mesmo, aos que incomodados assim queiram ou tentem apelidar por que ideologias vigentes.
«(…) deveres obrigados a serem cumpridos a todo o custo geram mitos, entretenimentos, distracções e passatempos e tentam apanhar os desprevenidos e até os prevenidos a confundir tudo e todos com mentiras, falácias e sempre numa omissão para com a verdade. O entretenimento faz esquecer a forma genuína de se pensar direccionada a um bem comum a todos. O entretenimento não provoca prazer, mas sim gozo, é uma forma de fazer esquecer ou diluir o pensamento no menor esforço possível. O entretenimento vem do colectivo para o singular, é uma apreciação em frases feitas do colectivo dirigida ao singular, fazendo por imergir o singular numa moda disponível a ser usada como sugestiva e conveniente pelo poder que comanda o colectivo. E o resultado de um pensamento singular e genuíno dirigido a um bem comum e ou ao colectivo, será efectivamente Cultura. O entretenimento estará inteiramente ligado ao dever, e é o que fica do que não foi possível criar, é a repetição feita para um povo obrigado à igualitária forma de se acomodar como subjugado. Mas é o povo com os seus artistas que fazem Cultura e não o entretenimento dos geradores de poderes e mitos que farão os artistas, a Arte, o Devir! A Cultura é pois o porvir do Devir. O artista existe e jamais desaparecerá enquanto existirem sociedades e sociabilidades. O artista existe porque existe um povo. Um povo que carrega o peso de seus mandatários. E na mesma igualdade, ambos, povo e artista, que advêm desse somatório de resistências ao intolerável, à fome, à miséria, ao sofrimento, à opressão e na condição do Ser em desejos de Ser­-se humano.

E a não ser possível um povo gerir os seus afectos e a sua forma de se manifestar artisticamente é um povo sem futuro, é um povo ou uma sociedade suicida. E o suicídio em suicidas é a morte anunciada e vindoura do colectivo sem singulares. (…) Existe uma realidade para os excluídos da face da Terra pelo Homem que instituiu tão monstruosas regras em crenças e poder do dever em não devir, que o suicídio será em breve a maior prova de coragem do ser, que não se suporta mais nestas condições de escravatura cativa. Essa compreensão para os de ditos fracos e ou excluídos em toda a extensão do humanitário por não aceitarem compactuar com tanto mal, infortúnio e dor, tornar-se-á em nossa contemporaneidade, o ponto mais forte da dita coragem da dignidade humana em não-ser.

(…) Sendo o devir sempre uma obrigação contrária ao dever, não se rege, nem se deixa comandar por leis impostas pelo Homem, o Devir é o catalisador da motivação existencial e é orientado por leis interiores bem definidas corporalmente. Quando digo corporalmente, tal como fez Bento Espinosa, englobo o corpo não o dissociando da alma e do pensamento em sua Natureza de Ser. O devir diz sempre e unicamente respeito à projecção do pensamento numa saudade em futuro, ou seja, o Devir é sempre um devir­ artístico-filosófico. (...)»
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Clube Ministério Educação

Clube Ministério Educação e a «oferta» de escolas a empresas


O Governo e o Ministério da Educação, comportam-se como um grande Grupo Económico que ao descobrir a pólvora através das enormes potencialidades do Ensino com seus professores e alunos como a massa mais facilmente a ser impulsionada ao consumo. E assim este clube ministerial descaradamente, oferece, comercializa e utiliza as escolas deste país, para servir empresas como se de um seu negócio se tratasse.
Há uns meses através ouvi uma notícia que dizia, que as profissões mais bem sucedidas num futuro próximo, seriam as do ensino e as da saúde. Compreende-se, a obrigação e a sua salvação. E relativamente ao ensino, com estas 30 novas academias anunciadas ontem pela ministra da Educação, o maior dos fraudes para com o Ensino e a Educação aí está: o Ministério da Educação gastar 400 milhões de euros para empresas (Apple, Cisco, Linux, Microsoft, Oracle e Sun), irem para as escolas, formar e formatar alunos.



E no espaço de um mês de uma certificação Duplex (com Cisco):
Uma formação que passa por alargar as Networking Academias Cisco por todo o país, prevendo um aumento das actuais 150 para 400 até 2011.


«Vamos formar essas academias em várias áreas de actividade da nossa sociedade. Em ONGs, em Centros de Novas Oportunidades, em Escolas, em prisões, em todas as áreas onde podermos levar esses conhecimentos, nós teremos o maior gosto em colaborar com a Cisco, para levar os conhecimentos Cisco, e as competências Cisco a mais portugueses», explica José Sócrates, Primeiro-Ministro.


As Academias serão instaladas em Universidades, Politécnicos e outras escolas e vão dar uma dupla certificação.


«Significa a possibilidade de um jovem ou mesmo um adulto que frequente estes cursos e os conclua com êxito pode vir a obter um diploma que certifica as suas competências escolarmente e profissionalmente. O chamado Diploma de Dupla Certificação. Hoje, as certificações profissionais organizam-se dentro deste Catálogo Nacional de Profissões e a inclusão destes cursos neste catálogo significa que os jovens que os frequente ou os adultos vão poder dispor de um diploma, que é um diploma de reconhecimento formal escolar e profissional», refere Maria de Lurdes Rodrigues, Ministra da Educação…..

Maria de Lurdes Rodrigues passa agora para uma certificação Triplex ao afirmar:
(…) grandes empresas que apostam nas escolas, como pólos ou centros de formação, e pode acontecer, que possam ter possibilidade de estágio nestas grandes empresas, mas sobretudo haverá uma oportunidade de estágio e de trabalho para jovens com esta formação certificada por estas empresas.
(…) Ficam com uma espécie de tripla certificação, porque terão a certificação de nível secundário, a formação profissional do nível secundário… e terão um triplo certificado e que é o certificado reconhecido por estas empresas (por estas indústrias). [ouvir mais]


Vaidades e interesses, políticas e um modelo Triple Helix como relação entre governo, academias (escolas ou universidades) e empresas (com indústrias das ciências no que é tecnológico).
Está implícito para quem quiser entender, que não será necessário aos jovens, esforçarem-se, estudarem para aprender ou terem grandes resultados, porque os talentos fabricam-se em conformidade por quem muito bem os quer e os poderá vir a usar:
(…) O que podem as empresas fazer para identificar as suas potenciais «estrelas» ou colaboradores de elevado desempenho? Podem começar por atirar fora os testes de QI e outros semelhantes para “medir” o intelecto.
(…) O Hay Group possui uma das mais extensas bases de dados do mundo sobre competências e comportamentos de liderança.
O Hay Group trabalha com muitas das organizações, públicas e privadas, que lideram o sector da Educação. Estamos orgulhosos do nosso expertise neste sector.


E hoje, dia 1 de Julho, realiza-se em Lisboa, o Forúm Hay Group 2008, no VIP Grand Lisboa Hotel & Spa, um evento para comunicar e apresentar as boas práticas das empresas consideradas as Mais Admiradas de 2008.
O Dr. Nuno Brito, Director Corporativo de Gestão Estratégica de Relações Humanas da EDP será o orador convidado, que falará sobre a Gestão de Talento à Escala Global.
Basta assim, ordeira e globalmente, aceitar ou estar no Hay Group (Portugal incluído) a satisfazer as directrizes de Bilderberg‘s portugueses do Clube ou Bildeberg Group.

ALICE VALENTE

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O perigoso «Psico-ENSINO»
Estratégias mercantilistas não funcionam nem com a Educação nem com a Cultura. Tanto o Ministério da Educação como o da Cultura são a única garantia do equilíbrio de uma sociedade mais justa e humanizada em seus valores de ética e estética. Se misturarem a Educação e a Cultura com as outras áreas da Economia e da Política, entramos efectivamente num descalabro social.

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